E naquela manhã ela acordara assim: com as pernas enroladas nas pernas dele, a cabeça ancorada no dragão vermelho, os sonhos tranquilos e a respiração devagar, o coração batendo sangue misturado, os olhos resistiam para não abrirem porque sabiam que o impacto da realidade a inundaria seca e áspera da mesma forma que suas pernas passariam pelos restos da noite quente e… que passara como um simples suspiro, como os outros que espalhara pela noite quente.
Os românticos agora são rinocerontes presos em museu. Mas…
Mas o tempo passa, ela ergue os olhos já acordados como quem ainda quer dormir. O museu acabou, aquele relicário dos dois. Ela se ergue silenciosamente e sai. Dá as costas e se lembra que há coisas melhores do que lutar contra dragões!
Mas o tempo passa, ela ergue os olhos já acordados como quem ainda quer dormir. O museu acabou, aquele relicário dos dois. Ela se ergue silenciosamente e sai. Dá as costas e se lembra que há coisas melhores do que lutar contra dragões!
...ele, isto é atávico, vira-se para o lado e dorme outra vez!
Ela se veste procurando não enxergar as marcas pessoais pelos cantos. Veste os sapatos como quem ataca a armadura e pões-se sobre suas pernas duras como troncos. Caminha pelo apartamento sem olhar para trás. Pega o elevador, atravessa a portaria como se fosse invisível. Atravessa a rua na sorte. E pára para esperar o ônibus. Foi quando, pela primeira vez olha para trás.
Ela se veste procurando não enxergar as marcas pessoais pelos cantos. Veste os sapatos como quem ataca a armadura e pões-se sobre suas pernas duras como troncos. Caminha pelo apartamento sem olhar para trás. Pega o elevador, atravessa a portaria como se fosse invisível. Atravessa a rua na sorte. E pára para esperar o ônibus. Foi quando, pela primeira vez olha para trás.
Ela percebe então que algo no passado presente a atormenta, a mesma sombra insólita da noite anterior dissipa-se e a luz refletida agora em sua face revela um segredo e seus olhos, seus belhos olhos são só temor…E olham como num tique para o lado superior direito.
Ele ainda dorme quieto, como uma pedra que não percebe o antes e o depois. Ela já assiste aos primeiros lampejos de sol na parada de ônibus. Como medir a intensidade de tudo que lhe ocorrera? Os rinocerontes não pensam, são pedras paradas e imóveis. Assim deveria ser seus próximos dias. Suas lembranças tocariam naquela noite como rinocerontes, intransitivos. Assim ela pretendia.
O gigante contido dentro do peito dele acorda provido de toda consciência do ser que se tornara, seria o desejo de mudar? Assim imaginou mas sem querer apagar do ego o que acontecera, sem romance, sem dor, sem cor perfume ou flor, o rinoceronte caminha para onde aponta-lhe o horizonte,o gigante despertara, mas em outro ponto da metrópole ela olha para trás…
Ela anda pela cidade como se estivesse passeando devagar na areia da praia. os carros se mexem; a poeira levanta e ela levanta seus olhos. O zuzuzum que emerge das bocas avulsas ressoam como ondas. mas apenas enxerga marcas em sua pele e sente ainda o cheiro de sal - tempero do caminho, roedor de seus passos. passos hipnotizados pelo canto da sereia. Ele com muito esforço senta na cama, apóia a cabeça ressacada de vinhos baratos nas mãos e percebe no canto do quarto, as coisas fora do lugar. Sim, experimentara uma noite, uma grande noite. Andou pelo apartamento arrastando os pés, abriu a geladeira. Bebeu água no gargalo da garrafa e retornara para a cama. Precisava dormir mais. Nem olhara o relógio. Cantada de botequim
Ele ainda dorme quieto, como uma pedra que não percebe o antes e o depois. Ela já assiste aos primeiros lampejos de sol na parada de ônibus. Como medir a intensidade de tudo que lhe ocorrera? Os rinocerontes não pensam, são pedras paradas e imóveis. Assim deveria ser seus próximos dias. Suas lembranças tocariam naquela noite como rinocerontes, intransitivos. Assim ela pretendia.
O gigante contido dentro do peito dele acorda provido de toda consciência do ser que se tornara, seria o desejo de mudar? Assim imaginou mas sem querer apagar do ego o que acontecera, sem romance, sem dor, sem cor perfume ou flor, o rinoceronte caminha para onde aponta-lhe o horizonte,o gigante despertara, mas em outro ponto da metrópole ela olha para trás…
Ela anda pela cidade como se estivesse passeando devagar na areia da praia. os carros se mexem; a poeira levanta e ela levanta seus olhos. O zuzuzum que emerge das bocas avulsas ressoam como ondas. mas apenas enxerga marcas em sua pele e sente ainda o cheiro de sal - tempero do caminho, roedor de seus passos. passos hipnotizados pelo canto da sereia. Ele com muito esforço senta na cama, apóia a cabeça ressacada de vinhos baratos nas mãos e percebe no canto do quarto, as coisas fora do lugar. Sim, experimentara uma noite, uma grande noite. Andou pelo apartamento arrastando os pés, abriu a geladeira. Bebeu água no gargalo da garrafa e retornara para a cama. Precisava dormir mais. Nem olhara o relógio. Cantada de botequim