segunda-feira, 26 de abril de 2010

Esquecimento

É assim: letras apenas, que escorrem. Mas não há significados. Acho que os esqueci em algum ponto da noite. Essa imagem não é minha, máscara apenas. Imagens? Tenho outras, inteligente, culta, boba, lerda e esquisita. E agora sigo, numa segunda-feira torta.
Passo ante passo, sem lema nem fronteira, sem arma na algibeira. Pé ante pé, sem sapatos, nem calos - ou com todos - não os sinto. Respiro. Antes sugava sonhos, agora não o sei mais. É o preço do sonho não sonhar? Há um buraco no peito, sem carne nem ferida, só, vazio, oco.
Mas respiro, lentamente, de vagar, respiro, respiro.
Acho que flutuo, assim.