segunda-feira, 18 de junho de 2012


Essa história é rápida, caros amigos. Ela me foi contada por uma querida minha e merecesse o compartilhamento. Dividi-la-emos em três partes, talvez quatro. Porque a primeira foi ao vivo, num bar em Recife, para não dizer que foi no Central, eles se conheceram. Mas eram de estados diferentes. Pois bem, deixa passar. Fazer o que? E a vida seguiu por 6 meses. Até que certo dia ele a convidou num chat. O chat se transformou em celular e em Ichat. E daí, bem, você é linda, minha história é essa, meus segredos são esses, minha dor é essa e blá blá blá. Alô de manhã, alô no almoço, alô à tarde, alô à noite, alô na madrugada. Até durante o apagão. Estou apaixonado, preciso ver você, preciso de qualquer forma, até chorou algumas vezes por trás da tela. E bem, veio. Primeiro encontro. Muito amor, muito elogios, muito choro de despedida. E tome celular e I chat novamente. Ela acreditou. Ele a chamou de namorada, te adoro para cá, te adoro para lá. E veio novamente. Ela tentou acabar, ele chorou. Chorou em casa, na despedida...Mas engana-se quem pensar que ele era um chorão. Pois bem, recebeu uma visita de consultoria feminina que a levou para o restaurante, para a praia, para as águas do mar em frente à sua casa. Tcharam! Ela, minha querida amiga questionou. Não havia mais telefonemas tantos, quando se viam ele estava sempre com sono. Uma sobrancelha se ergueu. Bem, então ela foi. Estava em dúvida. Ele insistiu. Ela foi. Ele a maltratou. Foi grosso. Uma parede de silêncio se ergueu perante os corpos. Talvez pelo costume de ter ali entre eles sempre uma tela – sugeri – tinham agora um silêncio, uma boa educação desprezível. Não houve despedidas, não houve choro, muito menos sinal de vida via celular ou internet, chat, facebook, IChat. Até que chegou um e-mail: olha, você é linda, adorei estar apaixonado, mas agora eu quero ser seu amigo. ???????? Pois é. Talvez na terra real dele o personagem de ficção perdera a máscara.
Bem, a seguir cenas do próximo capítulo: esse tal de mundo virtual é real ou é ficção?  

domingo, 25 de março de 2012

A boca não pára
A alma treme
E a mão produz

O sol ainda brilha
O vento não pára
A letra flui

A boca soletra
O verso se ergue
A alma reluz

As cortinas se abrem
Os aplausos cantam
Uma peste negra sopra

O sopro não pára
A alma treme
A mão recolhe

A boca cala
O verso escorre
A alma
A alma
A alma penada é peste que passa em vento
em tudo que reluz

O sol ainda brilha
O vento não pára
As garras se erguem
E comem o singelo verso
como pisada de elefante

E tudo se fecha atrás das cortinas